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sexta-feira, 23 de abril de 2010

A Singularidade do atendimento odontológico a pacientes portadores de Síndrome de Autismo















Elaine Gomes dos Reis Alves*


Diminuir as dificuldades nos atendimentos odontológicos de pacientes portadores de Síndrome de Autismo e a frustrante necessidade de encaminhamentos para tratamento em ambiente hospitalar, sob anestesia geral, exige parceria entre CDs, pediatras, neuropediatras e outros profissionais de saúde.

Quando a família recebe o diagnóstico de autismo infantil, automaticamente é orientada às terapias necessárias para o melhor desenvolvimento social e cognitivo da criança. Infelizmente, não se sugere visita ao dentista e a última preocupação da família será o dente. Com tantas atividades e angústias, esquecem da dentição decídua, já que ela "cai" e, na permanente, só se lembram quando "dói". Daí, o fato destes pacientes virem para o atendimento odontológico na faixa dos 7-14 anos e a maioria não aceita o tratamento.



A melhor compreensão da síndrome pelos CDs possibilita o tratamento em consultórios e serviço público, ao menos, para a maior parte dos pacientes.



A síndrome de autismo foi descrita pela primeira vez em 1943, por Léo Kanner e atualmente, a definição de autismo aceita pelo CENTER OF DISEASE CONTROL & PREVENTION (CDC) é: "uma falta de adaptação no desenvolvimento que se manifesta de uma maneira grave, durante toda a vida. É incapacitante e aparece nos três primeiros anos de vida", elaborada pelo The National Society for Autistic Children, em 1998.



Com expectativa de vida normal e etiologia desconhecida pode ser confundida com outras patologias. Acomete principalmente meninos (1 menina para cada 4 meninos) e costuma ser mais grave em meninas. Em 1997 estimava-se a prevalência de 1:500 nascimentos.



O autismo pode ocorrer isoladamente; associado a condições genéticas (acidose lática, albinismo oculocutâneo, alterações das purinas, amaurose de leber, deficiências auditivas, distrofia progressiva de duchene, esclerose tuberosa, fenilcetonúria, síndromes como: moebius, cornélia Lange, down, fetal alcoólica, goldenhar, laurence-moon-biedl, noonan, rett, X-frágil, Willian etc); ou patologias pré-natais (caxumba, citomegalovírus, herpes, rubéola, toxoplasmose, sífilis e varicela).



O retardo mental acontece em 80% dos casos. Em 20% ocorre o Autismo de Alto Desempenho. Neste caso, podem aprender a ler muito cedo, embora, a maioria não fale até por volta de 4 anos. Com interesse e conhecimento geralmente restritos a um tema, são considerados inteligentes com comportamento esquisito e facilmente rotulados como "gênios". Podem ter vida independente e são solitários.



Todo CD está tecnicamente apto a atender este paciente e, frente a ele, tem obrigação de buscar informações. A diferença está na dedicação, interesse, carinho e, acima de tudo "vontade". É necessário, desejável, possível e fácil falar sobre a deficiência, difícil é "olhar para", o que nos obriga enfrentar a diferença, nossa dificuldade e nosso preconceito. Estar solidário significa estar junto na dimensão do sofrimento do outro na busca de saídas e superações, permitindo crescimento "com-partilhado" do paciente, família e profissional.



Autistas não compreendem emoções; não entendem sutilezas, linguagem corporal, segundas intenções, ironias, paixões e tristezas. Conhecem emoções fortes e universais. A principal é o "medo". Dificilmente fazem vínculos com pessoas e são ligados aos objetos e espaços onde vivem. A aprendizagem do comportamento social se dá por treinamento, que deve começar o mais cedo possível.



Apresentam problemas periodontais e índice reduzido de cáries. Sua necessidade mais urgente é orientação de higiene e alimentação, raspagem e cirurgia periodontal. Há hipótese de que crianças autistas não têm cáries.



É comum encontrar comportamento autodestrutivo (SIB - Self-injurious behavior) e, alterações em sua rotina diária podem aumentar a auto-agressão. A hipersensibilidade transforma contatos físicos e determinados sons em tortura. Perfume forte também pode incomodar. A visão periférica é mais desenvolvida e permite maior atenção a movimentos laterais. O ambiente tranqüilo facilita as consultas. Mudar móveis de lugar pode desencadear crises.



Considerando que esses indivíduos têm forte ligação com objetos e rotinas, é importante que o paciente seja atendido sempre pelo mesmo profissional, no mesmo consultório, com rotina preestabelecida. Só devem ocorrer mudanças absolutamente necessárias.



Justamente por chegarem ao consultório entre 7-14 anos, não aceitam intervenções odontológicas que, além da proximidade e contato direto, são invasivas, causam desconforto e dor (ampliados nestes pacientes) o que explica o elevado índice de encaminhamentos para anestesia geral.



Enfatizo a importância de trabalho específico em Odontologia para Bebês Portadores de Necessidades Especiais, objetivando o encaminhamento precoce deste paciente ao dentista, que deve acontecer junto com a orientação a outras terapias. Treinado desde cedo, é possível que a maioria se acostume e aceite tratamento odontológico, evitando tanta necessidade de sedação e também, que lesões menores evoluam para tratamentos complexos e mutilantes.



O quadro muda com a adolescência. Não há adulto autista e sim, "portador de seqüela de autismo" (retardo mental severo). Aproximadamente, 70% necessitarão de alguma assistência multidisciplinar.



Para o diagnóstico da síndrome do Autismo são necessários, no mínimo, 8 dos 16 itens abaixo; sendo que nestes 8 itens deve-se incluir ao menos 2 do grupo A, 1 do grupo B e 1 do grupo C.



Grupo A - Falta de alerta da existência ou sentimentos dos outros; em sofrimento, ausência ou busca de conforto anormal; imitação ausente ou comprometida; jogo social anormal ou ausente; incapacidade para fazer amizade com seus pares.



Grupo B - Comunicação não-verbal anormal (olhar fixo olho-no-olho, expressão facial, postura corporal); ausência de atividade imaginativa; falta de interesse em histórias; anormalidades de discurso (volume, entonação etc.); anormalidades na forma ou conteúdo do discurso (uso estereotipado e repetitivo da fala; "você" no lugar de "eu"); incapacidade para iniciar ou sustentar conversação com os outros, apesar da fala adequada.



Grupo C - Movimentos corporais estereotipados (pancadinhas com as mãos ou rotação, batimentos da cabeça); insistente preocupação com parte de objetos ou vinculação com objetos inusitados; sofrimento com mudanças no ambiente (vaso retirado da posição usual); insistência em seguir rotinas com detalhes precisos (exatamente sempre o mesmo caminho para as compras); âmbito de interesses restritos e limitados (enfileirar objetos).



Assim, a Odontologia precisa criar campanha preventiva em parceria com pediatras, neurologistas e terapeutas de áreas afins. O CD deve se conscientizar que pertence à equipe transdisciplinar e tem papel importante nela. A saúde bucal do paciente fora de condições adequadas pode prejudicar outros tratamentos (ex: dietas e outros tratamentos quando a causa é "dor de dente").



O respeito ao paciente e à sua família é essencial. O profissional deve se abster de julgamentos. Cada família tem seus desejos e emoções, além de sua própria história que deve ser relevada. Apesar das características comuns do autismo, não podemos esquecer que cada indivíduo é único e é preciso considerar, nas intervenções, as diferenças quanto ao grau de severidade da síndrome, idade, habilidades específicas, ambiente familiar, escolar e sócio-cultural onde o indivíduo está inserido (estímulos).



O CD necessita compreender que o próximo paciente poderá ser completamente diferente de tudo o que ele já viu. Por isso, observadas as características principais, cada paciente será sempre uma surpresa e se o CD estiver aberto para essa realidade, sua atuação será cada vez mais enriquecedora e sua base teórica e prática, mais sólida e mais abrangente, capaz de, compreendendo a individualidade, orientar, tratar, cuidar, acolher...





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*Elaine Gomes dos Reis Alves – Psicóloga do Centro de Atendimento a Pacientes Especiais - CAPE-FOUSP; mestre em Odontologia pela FOUSP; doutoranda pelo IPUSP; membro do Comitê de Ética em Pesquisa da FOUSP; autora do livro "Profissionais de Saúde: Vivendo e convivendo com HIV/aids", Ed. Santos; professora colaboradora da FOUSP e professora da UNIP/SP – Disciplina Psicologia e Odontologia E-mail: egralves@usp.br



Artigo – 14 Dicas de ensino para crianças e adultos com autismo















Artigo – 14 Dicas de ensino para crianças e adultos com autismo

Dicas valiosas da experiência de um autista.

"Bons professores me ajudaram a atingir o sucesso. Eu estava pronto para superar o autismo porque eu tive bons professores. Na idade de dois anos e meio, eu fui colocado num berçário estruturado com professores experientes. Desde a idade de muito cedo, fui ensinado a ter boas maneiras e a me comportar a mesa do jantar. Crianças com autismo precisam ter o dia estruturado e professores que saibam ser firmes, mas humanos."



1) Muitas pessoas com autismo são pensadores visuais.

"Eu penso por imagens. Eu não penso por linguagem. Todos os meus pensamentos são como vídeo-tapes correndo em minha imaginação. Imagens são minha primeira linguagem. Os substantivos foram as palavras mais fáceis de aprender, porque eu podia formar uma imagem em minha mente.



Para aprender palavras como "embaixo" e "em cima", o professor pode mostrá-las para a criança. Por exemplo: Pegar o avião de brinquedo e dize: "em cima", enquanto faz o avião levantar da cadeira."





2) Deve-se evitar séries de instruções verbais longas.



"Eu sou inábil em lembrar seqüências. Se eu pergunto a localização de um posto de gasolina, eu posso lembrar apenas três passos. Localização com mais de três instruções tem que ser escritas. Eu ainda tenho dificuldade de lembrar números de telefones, porque eu não posso formar uma

imagem em minha mente.



Pessoas com autismo têm problemas de lembrar seqüências. Se a criança sabe ler, escreva as instruções no papel. "





3) Muitas crianças com autismo são bons desenhistas, artistas e programadores de computador.



"Estes tipos de talento poderiam ser encorajados. Eu penso que há necessidade de dar mais ênfase no desenvolvimento dos talentos das crianças."





4) Muitas crianças autistas têm fixação em um assunto, como trens ou mapas.



"A melhor forma de trabalhar com essas fixações é usá-las como motivos de trabalhos escolares. Ex.: Se uma criança gosta de trens, então use trens para ensiná-la a ler e fazer cálculos. Leia um livro sobre trens e faça problemas matemáticos com trens. Por exemplo: calcule a distância que um trem percorre para ir de Nova Iorque a Washington."



5) Use métodos visuais concretos para ensinar números e conceitos.

"Meus pais me deram um brinquedo matemático que me ajudou a aprender números. Ele consistia em um jogo de blocos que tinha comprimentos diferentes e cores diferentes para os números de uma a dez. Com isto, eu aprendi a adicionar e subtrair. Para aprender frações, meu professor tinha uma maçã de madeira cortada em quatro partes e uma pêra cortada ao meio. A partir daí, eu aprendi o conceito de quatro e metades."



6) "Eu tinha a pior letra da minha classe", o que fazer?

Muitas crianças autistas têm problemas com controle motor de suas mãos. Letra bonita é algumas vezes muito difícil. Isto pode frustrar totalmente a criança. Para reduzir a frustração e ajudar a criança a adquirir escrita, deixe-a digitar no computador. Digitar é, as vezes, muito mais fácil."



7) O desafio de aprender a ler.

"Algumas crianças autistas aprenderão a ler mais facilmente por métodos fônicos, e outras aprenderão com a memorização das palavras. Eu aprendi pelo método fônico."



8) O incômodo com sons altos.

" Quando eu era uma criança, sons altos como o da campainha da escola, feriam os meus ouvidos como uma broca de dentista fere um nervo. Crianças com autismo precisam ser protegidas de sons que ferem seus ouvidos. Os sons que causam os maiores problemas são: campainhas de escola, zumbidos no quadro de pontuação dos ginásios, som de cadeiras se arrastando pelo chão. Em muitos casos a criança estará pronta para tolerar o sino ou zumbido se ele for abafado simplesmente pelo recheio de um tecido, papel ou um tipo de cadarço ou cordão. O arrastar de cadeiras pode ser silenciado com colocação de borrachas de tênis ou carpetes. A criança pode temer uma determinada sala, porque tem medo que de repente possa ser submetida ao agudo do microfone vindo do sistema amplificador. O medo de um som horrível pode causar péssimo comportamento."



9) Algumas pessoas autistas são importunadas por distrações visuais ou luzes fluorescentes.

"Elas podem ver a centelha do ciclo 60 de eletricidade. Para evitar este problema, coloque a carteira da criança perto da janela ou tente evitar usar luzes fluorescentes. Se as luzes não podem ser evitadas, use as lâmpadas mais novas que você puder conseguir. Lâmpadas mais novas tremem menos."



10) Algumas crianças autistas hiperativas serão por vezes acalmadas se elas forem vestidas com um colete com enchimento.

"A pressão da roupa ajuda a acalmar o sistema nervoso. Eu fui grandemente acalmado por pressão. Para melhores resultados, a roupa poderia ser vestida por vinte minutos e então retirada por alguns minutos. Isto previne o sistema nervoso de se adaptar a ela."





11) Interação para melhorar o contato visual e a fala.

"Algumas pessoas com autismo em particular, responderão melhor e terão melhorado o contato visual e a fala se o professor interagir com elas enquanto estiverem nadando ou rolando em uma esteira. A introdução sensória pelo balanço ou a pressão de esteira algumas vezes ajuda a melhorar a fala. O balanço pode ser feito como um jogo divertido. Ele NUNCA deve ser forçado."



12) Algumas crianças e adultos podem cantar melhor que falar.

"Eles podem responder melhor se as palavras forem cantadas para eles. Algumas crianças com extrema sensibilidade sonora responderão melhor se o professor falar com elas em um leve sussurro."



13) Algumas crianças e adultos não-verbais podem não processar estímulos visuais e auditivos ao mesmo tempo.

"Elas são monocanais. Elas podem não ver ou ouvir ao mesmo tempo, e não podem ser chamadas a ver e ouvir ao mesmo tempo. A elas poderá ser dada ou uma tarefa auditiva ou uma tarefa visual. Seu sistema nervoso imaturo não está apto a processar simultaneamente estímulos visuais e auditivos."



14) Em crianças não-verbais mais velhas e adultos, o tato é algumas vezes seu senso mais confiável.

"Letras podem ser ensinadas ao deixá-las tatear letras plásticas. Crianças autistas podem aprender sua rotina diária, sentindo objetos alguns minutos antes da atividade programada. Por exemplo: 15 minutos antes do almoço, dê a elas uma colher para segurar. Alguns minutos antes de sair de carro, deixe-as pegar um carrinho de brinquedo."





Fonte: Autism.org
Traduzido por Kathia, Delegada regional – MG

segunda-feira, 19 de abril de 2010

domingo, 18 de abril de 2010

::. A Inclusão do Portador de Necessidades Especiais em Âmbito Social e Escolar











::. A Inclusão do Portador de Necessidades Especiais em Âmbito Social e Escolar



Ana Maria C. C. do Prado

Vera Lucia Marostega



Este trabalho aborda o tema inclusão do portador de necessidades como um dos novos paradigmas da educação brasileira, legalmente amparado pela Lei nº 9394/96, o qual delega à família, à escola e à sociedade o compromisso para a efetivação de uma proposta de escola para todos.



A história revela para a humanidade o caminho da exclusão social e humana do homem. Se, no passado, o indivíduo com algum comprometimento era banido da sociedade através da morte, hoje, este tipo de eliminação não é mais praticado, porém uma exclusão sutil acontece através das instituições, como cadeias, asilos e tantas outras que foram criadas com este objetivo: segregar o "diferente" da sociedade. Marques in MANTOAN (1997, p.20) diz "enquanto a pessoa está adequada às normas, no anonimato, ela é socialmente aceita. Basta, no entanto, que ela cometa qualquer infração ou adquira qualquer traço de anormalidade para que seja denunciada como desviante".



"A década de 60, por exemplo, testemunhou o boom de instituições especializadas, tais como: escolas especiais, centros de habilitação, centros de reabilitação, oficinas protegidas de trabalho, clube sociais especiais, associações desportivas especiais" SASSAKI (1997, p. 31), criadas concebendo a idéia de proteger o diferente e, após, reintegrá?lo ao convívio social. Na realidade, estavam considerando muito mais a questão social do que seu desenvolvimento como um todo.



O próprio termo reintegração já traz implícito a idéia da desintegração. "Só é possível reintegrar alguém que foi desintegrado do contexto social e está sendo novamente integrado" Marques in MANTOAN (1997, p.20).



A pessoa portadora de alguma deficiência convive socialmente com sua família, porém este convívio não se estende na escola, no clube, na igreja e nas outras áreas da sociedade porque é colocada como um ser diferente. Mader in MANTOAN (1997, p.45) aponta como causa os seguintes conceitos básicos



- pessoas portadores de deficiência não correspondem às expectativa, são anormais, diferentes (estigmatização);



- pessoas portadores de deficiência não são muito capazes, são pouco produtiva ("apêndice inúteis da sociedade"), (Fernandes, 1995);



- pessoas portadores de deficiência são estigmatizadas, o estigma cria preconceitos que, por si, gera medo, e o medo provoca ignorância e afastamento;



- pessoas portadores de deficiência não se encaixam nos valores da sociedade.



Com essas idéias, buscou-se a educação individual do P.N.E. como forma de aproximação com os seres normais, a fim de desenvolver sua normalidade para melhor integrá-lo através de sua aprendizagem. "A idéia inicial foi, então, a de normalizar estilo ou padrões de vida, mas isto foi confundido com a noção de "tornar normais as pessoas deficientes" SASSAKI (1997, p.32).



Foram pelas lutas pelos direitos das pessoas portadoras de deficiência, na década de 80, que a prática da integração social se torna mais presente. Porém, foram os novos conhecimentos avançados na comunidade científica, que perceberam a integração insuficiente para o contexto, considerando que esta população não participava de maneira plena e igual aos demais.



Considerando que a diferença é inerente ao ser humano, e reconhecendo a diversidade como algo natural, em que cada ser pode usar de seus direitos coletivos na sociedade, um novo conceito surge, denominado Inclusão. " Este é o termo que se encontrou para definir uma sociedade que considera todos os seus membros como cidadãos legítimos" Mader in MANTOAN (1997, p 47).



"Conceitua-se a inclusão social como o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papéis na sociedade"SASSAKI (1997, p. 41). Assim, a pessoa com necessidades especiais deve encontrar, na sociedade, caminho propício para o seu desenvolvimento através de sua educação e qualificação para o trabalho. Estando ele já inserido no processo, a sociedade se adapta as suas limitações. Em relação a esta questão SASSAKI (1997, p.42) diz



A inclusão social, portanto, é um processo que contribui para a construção de um novo tipo de sociedade através de transformações, pequenas e grandes, nos ambiente fisicos (espaços interno e externo, equipamentos, aparelho e utensílio, mobiliário e meios de transporte) e na mentalidade de todas as pessoas, portanto do próprio portador de necessidades especiais.



O capítulo V - da Educação Especial, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ? lança, tanto para a escola como para toda sociedade, um desafio muito grande no que se refere à Inclusão. Falamos em sociedade, pois a escola está inserida em um contexto social o qual se modifica com o desenvolvimento de sua gente, de sua tecnologia, de sua ciência, envolvidos em uma estrutura globalizada.



A escola, como uma instituição mediadora na construção do conhecimento, tendo como objetivo levar cultura para um número cada vez maior de pessoas, leva para si uma gama de responsabilidade muito grande. "É através da escola que a sociedade adquire, fundamenta e modifica conceitos de participação, colaboração e adaptação. Embora outras instituições como família ou igreja tenha papel muito importante, é da escola a maior parcela" Mello in MANTOAN (1997, p.13).



Nosso desafio como profissionais da educação será o de trabalhar por uma escola inclusiva, com qualidade de ensino, pois sabe-se da importância da educação básica. A educação básica é a mola mestra do desenvolvimento econômico e social de um país. É claro que ela não está só neste desafio. Necessitamos de uma justiça que funcione, de uma saúde que abrigue a todos e de uma política comprometida com o cidadão. "Quanto mais sistemas comuns da sociedade adotarem a inclusão, mais cedo se completará a construção de uma verdadeira sociedade para todos ? a sociedade inclusivista" SASSAKI (1997, p.42).



Porém, a escola com seus profissionais deve assumir este compromisso, acreditando que as mudanças são possíveis desde que haja uma transformação nos atuais moldes do ensino, sendo "a escola uma das instituições (senão a principal) responsável pela construção desta sociedade, atendendo a todos indiscriminadamente" THOMA (1998, p.50).



"Acreditamos, que ao incluir o aluno com deficiência mental na escola regular, estamos exigindo desta instituição novos posicionamentos diante dos processos de ensino e de aprendizagem, à luz de concepções e práticas pedagógicas mais evoluídas" MANTOAN (1997, p.120).



O Estatuto da Criança e do Adolescente recomenda, em seu Art. 15 "A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como seres humanos em processo de desenvolvimento... " E continua, no Art. 53 "A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa... assegurando-se-lhes igualdade de condições para o acesso e permanência na escola..."





A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96, em seu Capítulo V Da Educação Especial, diz que: Art. 58." Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais".



Considerando o aspecto legal inserido na lei, e o científico em que de acordo com Vygotsky apud CARNEIRO (1991, p.101) "o ser humano cresce num ambiente social e a interação com outras pessoas é essencial a seu desenvolvimento", estas exigências requererem da escola uma nova estrutura, um novo conceito em relação à formação do futuro cidadão e uma visão renovada de seus conceitos e pré-conceitos com relação ao diferente.



"A questão da integração representa um movimento de inovação do sistema de ensino que, em princípio, já deveria existir, abrangendo as diferenças existente mesmo entre os não deficientes" CARNEIRO(1997, p.33).



Agora, pensamos sobre a Inclusão refletindo sobre o seguinte:



*0 que imaginamos, ao ver um ser que não se assemelha com os demais em sua aparência fisica, ou destoa dos demais por ser agitado, apresentar comportamento inadequado para as situações, ter problemas na fala ou até mesmo fala com as mãos?



*como reconhecer que este ser poderá construir algum conhecimento, sendo respeitado as suas diferenças?



*como se relacionar com uma pessoa tão diferente em sua aparência, mas tão igual na sua essência de humano?



A questão está no eu em relação ao outro. O problema não é ele, mas, sim, a idéia que formulamos, a partir de nossos conceitos que são estabelecidos num dado momento sócio-histórico cultural, em que esses interferem em nossos pensamentos e ações com relação ao "diferente".



Porém, refletir o direito que assiste a todo ser humano, decidir qual a melhor maneira de viver e de conviver com o outro, sem que para isso se tenha que ser igual ao outro, é direito e deveria ser respeitado por todos sem exceção.





Mas por que temos que ser iguais? Não sabemos. Talvez porque ficaria mais fácil ou acessível conviver com o igual, não me incomodaria e não haveria necessidade de me auto-reconhecer perante a diversidade."Na verdade, o que o homem vê e teme é a sua própria fragilidade perante a vida, a sua própria finitude. O conflito originado do confronto do que ele é com o que ele pode vir a ser provoca no homem toda repulsa em relação à diferença" Marques in MANTOAN (1997, p. 19).



Reconhecer as diferenças é essencial no caminho da integração e, principalmente, da inclusão, onde se espera que o professor não faça da turma uma homogeneidade, trabalhando como se todos tivessem a mesma capacidade na sua construção do conhecimento.



Oferecer um ambiente favorável à inclusão, não é só ter conhecimento das mais variadas diversidades, o que é possível ser trabalhado, ou o que a criança já possui de conhecimento, como também e principalmente, respeitar suas limitações, reconhecendo suas diferenças e ressaltando suas potencialidades. CARNEIRO (1997, p.33) cita que"os portadores de deficiência precisam ser considerados, a partir de suas potencialidades de aprendizagem. Sobre esse aspecto é facilmente compreensível que a escola não tenha de consertar o defeito, valorizado as habilidade que o deficiente não possui, mas ao contrário, trabalhar sua potencialidade, com vistas em seu desenvolvimento".



A escola traz consigo toda uma bagagem de cultura e de saberes que atendiam às necessidades de uma determinada época e clientela. Se antes o excepcional era eliminado da sociedade, hoje ele tem seu direito adquirido por uma lei, a qual o coloca como um ser igual às outras crianças, vivendo como as outras e recebendo dentro de um estabelecimento de ensino sua formação educacional. Para isso, há de (re)pensar com muita cautela sobre a estrutura escolar, nossa avaliação, nossa interação com as famílias e os conhecimentos adquiridos pelos professores para atender a este aluno.



As inovações que ocorrerão daqui para frente diz respeito à escola, ao aluno especial, à família, ao professor e a todas as pessoas que fazem parte deste processo. Por isso, muito já se discutiu e muito há o que discutir, pois a sociedade, de certa forma, custa a perceber as mudanças que estão ocorrendo e a processá-las em sua prática social.



Tudo é uma caminhada, tudo é uma construção que é elaborada em cima de estudos e pesquisas que através de um conhecimento mais amplo e aprofundado, traçam o caminho da sensibilidade. É na formação diferenciada do profissional da educação, que hoje se faz necessário, que irá acontecer a inclusão do P.N.E.. Um dos fatores principais dessa formação está relacionado à capacidade de o professor reconhecer e proporcionar o desenvolvimento das potencialidades do P.N.E..



Por vezes, não se aposta na Inclusão, por ser ela algo que ainda não aconteceu, os professores terão que inovar sua própria prática, seu próprio conceito, e isso mexe com muitas estruturas que já estão de certa forma enraizadas. Conforme MANTOAN (1997, p.44)"as grandes inovações estão, muitas vezes, na concretização do óbvio, do simples, do que é possível fazer, mas que precisa ser desvelado, para que possa ser compreendido por todos e aceito sem outras resistências, senão aquelas que dão brilho e vigor ao debate das novidades".



Quando se fala "todos", fala?se do aluno portador de necessidades educativas especiais e o aluno sem necessidades educativas especiais. Entretanto deve?se ter a clareza desses termos, onde "necessidades especiais" não deve ser tomado como sinônimo de "deficiência" (mentais, auditivas, visuais, fisica ou múltiplas)."



As inovações que ocorrerão daqui para frente diz respeito à escola, ao aluno especial, à família, ao professor e a todas as pessoas que fazem parte deste processo. Por isso, muito já se discutiu e muito há o que discutir, pois a sociedade, de certa forma, custa a perceber as mudanças que estão ocorrendo e a processá-las em sua prática social.



Apostar nessas inovações será o caminho mais seguro para a efetivação da escola inclusiva. Quando professores das mais variadas diversidades (re)descobrirem o valor de ensinar através da troca, reconhecendo seus alunos como seres capazes de realizações, interagindo com as famílias na busca por soluções de seus problemas familiares, os quais interferem diretamente na sala de aula, procurando apoio em todos os setores da escola na realização de tarefas conjuntas e garantindo a participação dos alunos nas decisões de sala de aula, estaremos construindo não apenas a escola que irá atender ao portador de necessidades educativas especiais, mas a escola que atenderá a todos, ou seja, a escola inclusiva.

"...é de suma importância ressaltar as vantagens que a integração representa, tanto para os portadores de deficiência quanto para aqueles alunos considerados normais, pelas necessárias modificações do sistema de ensino no sentido de sua mobilização" CARNEIRO (1997, p.34).



SASSAKI (1997, p. 14). A maioria das necessidades especiais é o resultado de condições atípicas, tais como: Deficiência mental, fisica, auditiva, visual e múlptipla; autismo (Gauderer, 1993); dificuldades de aprendizagem; insuficiência orgânicas; superdotação (Taylor et al, 1990; Machado et al., 1989); problemas de conduta; distúrbio de déficit de atenção com hiperatividade; distúrbio obsessivo compulsivo, síndrome de Tourette (Santos, 1994; Sassaki, 1995); distúrbio emocionais; transtorno mentais (MIND, p. 4?9) SASSAKI (1997, p.16).



Porém, a realidade de nosso país e de outros tatos dão conta de uma exclusão que se agrava cada vez mais em detrimento de uma política social inexistente. A falta de emprego, por exemplo, poderá levar ao rompimento da estrutura familiar, apresentado em seu meio vários problemas de: alcoolismo, drogas, prostituição infantil, trabalho infantil e escravo, a falta de alimentação adequada ao crescimento da criança e a falta total de conhecimento dos pais em estimular seus filhos, oferecendo um ambiente favorável e sadio na busca por uma escola com qualidade de ensino. Com relação a isso SKLIAR (1999, p.26-27) diz que



No recente informe da UNICEF, chamado de Educação para Todos (1999), se pode ler, entre os dados mais relevantes, que: mil milhões de pessoas entrarão no século XXI



A história revela as fases de exclusão onde a sociedade a transformou em atendimento segregado para a integração e, hoje, em inclusão. Porém, essas fases não se processaram sempre ao mesmo tempo, e nem com todos. Sobre isso SASSAKI (1997, p.17) diz que "o movimento de inclusão começou incipientemente na segunda metade dos anos 80 nos países mais desenvolvidos, tomou impulso na década de 90 também em países em desenvolvimento e vai se desenvolver fortemente nos primeiros 10 anos do século 21 envolvendo todos os países".



A inclusão é um movimento com apenas um interesse: construir uma sociedade para todos. Mesmo sendo muito recente o movimento sobre inclusão, o conhecimento das diferenças que se apresentam em cada criança que será incluída torna?se fundamental neste processo. RABELO (1999, p.20) cita que "hoje, o grande desafio é a elaboração de uma política educacional voltada para o estabelecimento de uma escola realmente inclusiva, acessível a todos, independentemente das diferenças que apresentam, dando?lhes as mesmas possibilidades de realização humana e social".



sem os conhecimentos necessários para ler um livro ou para assinar seu próprio nome; 855 milhões de pessoas serão analfabetas nas vésperas do novo milênio; 130 milhões de crianças em idade escolar crescem sem poder receber educação básica; um professor em Bangladesh tem que atender a 67 alunos, enquanto que a relação professor/aluno na Guiné Equatorial aumenta para 909.

É óbvio que, nessas circunstâncias, falar de escola para todos significa uma brutal ironia ou, no melhor dos casos, uma metáfora ofensiva por parte de muitos governos e muitos governantes.

Diante dessas circunstâncias, qual seria o papel da escola e, especificamente, do professor para evitar a exclusão? É tarefa da escola resolver estes problemas que poderiam ser as causas da exclusão de um aluno? Se é papel do professor, qual é a formação que este deve receber para enfrentar todas estas diversidades que se remetem às necessidades especiais?



Este desafio passa também pela compreensão de todos aqueles que entendem a educação como um direito de todos. Não basta incluir o P.N.E. no ambiente escolar; é necessário trabalhar em conjunto com toda sociedade com o desejo de oferecer uma educação capaz de transformar sua realidade, construindo uma sociedade onde caibam todos.



Sobre esta sociedade, ASSMANN (1998, p.222) diz o seguinte "qual é o fato maior na atual conjuntura mundial, intensificado em nossa realidade brasileira? Certamente é o império estarrecedor da lógica da exclusão e a crescente insensibilidade diante dela". De certo modo estamos anestesiados diante de tantas formas de exclusão que se apresentam em nossas vidas, sejam elas de cunho religioso, éticos, sociais, econômicos ou educacionais que por vezes sua definição se esvazia. Segundo ASSMANN (1998, p.213) "a expressão lógica da exclusão surgiu num encontro de filósofos latino-americanos e europeus, na Alemanha em 1989, cuja intenção de seus participantes era mostrar que as instituições criadas pelo ocidente com a ideologia da inclusão social, na verdade eram excludentes: a democracia, por exemplo, ao ser reduzida a emissão do voto; ou a economia de mercado que prega um discurso includente (para todos), mas irreal".



É a própria história que se encarrega de nos revelar as matanças em nome da religião ou em nome das guerras éticas que marcarão para sempre a crueldade e os horrores cometidos durante o holocausto. Isso demonstra com muita clareza o que o ser humano é capaz de fazer com seu semelhante.



Com relação à educação do surdo, deve?se ter a clareza de que "integração escolar e integração social não podem ser tidas como sinônimo, pois ir a escola com os demais não significa ser como os demais. Uma efetiva integração escolar depende de como cada escola aceita e trabalha com as diferenças. Para o surdo poder estar, efetivamente, incluído na classe com os ouvinte, ele necessitar dominar a língua oral o que só pode ocorrer após seu desenvolvimento em língua de sinais" THOMA (1998, p.46). Esse aspecto da aquisição do conhecimento do surdo é extremamente importante, pois, na escola inclusiva, se o professor e os colegas não dominarem a língua de sinais, o surdo fica fora dos debates, das decisões e da integração com os colegas nos momentos de brincadeira que fazem parte do aprender.



Em detrimento da falta de uma comunicação efetiva torna?se difícil a inclusão; poderá acontecer a integração social, mas não a efetiva inclusão do surdo no meio ouvinte. Por esse motivo é que SKLIAR (1999, p.27) diz que "é possível intuir como a prática e o discurso da inclusão se transformam, para as crianças surdas, em uma experiência sistemática de exclusão ou, melhor dito, de inclusão excludente".



Segundo o pensamento de Vygotsky apud RABELO(1999, p.20)"uma criança portadora de um defeito não é simplesmente uma criança menos desenvolvida que as demais, apenas se desenvolve de forma diferente". A criança em sua essência é a mesma, precisa do outro para se socializar e crescer como pessoa e ser humano. Construir seu conhecimento através de sua interação com os demais fará do P.N.E. um ser capaz como os outros, não da mesma forma, mas com suas limitações, seus desejos, suas frustrações, seus sonhos e sua vontade de ser respeitado como gente que pensa, sofre, ama, sorri, se decepciona e que busca o que todo ser humano deseja, ou seja, ser feliz e aceito por todos.



O objetivo é comum: o de construir um conhecimento capaz de transformar uma realidade, operando mudanças de forma efetiva considerando as diferenças e as individualidades.

FREIRE (1982, p.101) nos diz



eu agora diria a nós, como educadores e educadoras: ai daqueles e daquelas, entre nós, que pararem com a sua capacidade de sonhar, de inventar a sua coragem de denunciar e de anunciar. Ai daqueles e daquelas que, em lugar de visitar de vez enquando o amanhã, o futuro, pelo profundo engajamento com o hoje, com o aqui e com o agora, ai daqueles que em lugar desta viagem constante ao amanhã, se atrelem a um passado de exploração e de rotina.



Temos dois caminhos a seguir: ou saímos da rotina como sugere FREIRE e buscamos inovar a prática pedagógica diante da inclusão, ou ficamos discutindo que a mesma não é viável, jogando a culpa no sistema de ensino, nos ombros do governo, na família e em todos os setores da sociedade. Que garantias temos de que a Inclusão terá sucesso? Ou quando estas mudanças ocorrerão na prática? Essas respostas só serão respondidas quando passarmos dos discursos e dos debates para a prática em toda sua plenitude.





REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



ASSMANN, Hugo. A corporeidade como instância radical de critérios pedagógicos e ético-políticos; Cidadania: crítica à lógica da exclusão. In:Metáforas novas para reencantar a educação. São Paulo: Ed. da UNIMEP, 1998.



BRASÍLIA. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9394 de 20 de Dezembro de 1996.



CARNEIRO, Rogéria. Sobre a Integração de Alunos Portadores de Deficiência no Ensino Regular. Revista Integração. Secretaria de Educação Especial do MEC, 1997.



FREIRE, Paulo. Educação: o sonho possível. In: BRANDÃO, Carlos (org.). O Educador: vida e morte. Rio de Janeiro: Graal, 1982.



LEI FEDERAL 8069/1990. Estatuto da Criança e do Adolescente. Ed. Palloti, Santa Maria, 1996.



MANTOAN, Maria Teresa Eglér. A Integração de pessoas com deficiência: contribuições para uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon. Editora SENAC, 1997.



RABELO, Annete Scotti. Adaptação Curricular na Inclusão. Revista Integração. Secretaria de Educação Especial do MEC-ano 9, n1 21, 1999.



SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão. Construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1991.



SKLIAR, Carlos. A Invenção e a Exclusão da Alteridade “Deficiente” a Partir dos Significados da Normalidade. Revista Educação & Realidade, v. 24, n. 2. Porto Alegre: FACED/ UFRGS, jul/dez 1999, p. 16-31.



THOMA, Adriana da Silva. Os Surdos na Escola Regular: Inclusão ou Exclusão?. Reflexão e Ação. Vol.6, n.2, jul/dez. Santa Cruz do Sul: Editora da UNISC, 2000.